Advogado entrega endereço de dono da Telexfree à Justiça

Advogado entrega endereço de dono da Telexfree à Justiça

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o brasileiro Carlos Wanzeler – um dos fundadores da Telexfree acusado de fraude e procurado pela Justiça dos Estados Unidos -, foi ao Espírito Santo, nesta quarta-feira (22), e apresentou  uma petição com o endereço do cliente à Justiça. Ele reforçou que Wanzeler não é foragido no Brasil e que está à disposição do juíz. Ainda de acordo com o advogado, uma reunião entre ele e o cliente está marcada para esta quarta-feira (22).

Os responsáveis pela Telexfree foram acusados neste mês na corte estadual de Massachusetts, nos Estado Unidos. Segundo a denúncia, o esquema era encabeçado pelo americano James Merrill e o brasileiro Carlos Wanzeler. As autoridades norte-americanas concluíram que a Telexfree é uma pirâmide financeira. No dia 15 de abril, a promotoria denunciou a fraude e, no mesmo dia, agentes do FBI e do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos cumpriram um mandado de busca na sede da empresa, na cidade de Marlborough. Katia Wanzeler, esposa de Carlos, foi presa no dia 14 quando ia embarcar para o Brasil no aeroporto JFK, em Nova York. Merrill foi preso na semana passada.

 

Segundo o advogado, Wanzeler veio para o Espírito Santo, onde nasceu e possui residência, e não pode ser considerado foragido. “Evidentemente, ele estando no Brasil, sendo brasileiro nato, vai responder no Brasil, nada mais natural. Um dos motivos pelos quais nós viemos aqui hoje é apresentar ao juiz onde está correndo o inquérito o endereço dele e dizer que ele está absolutamente à disposição  do Ministério Público, da Polícia Federal e do Poder Judiciário. Já apresentamos ao juiz uma petição com essas informações”, disse.

Kakay classificou como um “absurda” a prisão da esposa de Wanzeler, Katia. “Estamos até sem entender a prisão, porque ela reconhecidamente não é investigada. Ela não faz parte da empresa, não é investigada, mas é testemunha do processo. Ela comprou passagem de ida e volta para o Brasil e quando chegou no aeroporto foi detida. Algo inexplicável para nós”.

Suspensão dos negócios
No Brasil, a Telexfree está impedida de fazer pagamentos e cadastros de divulgadores (como são chamadas as pessoas que investem na companhia) desde o dia 18 de junho do ano passado.

A Telexfree oferecia ligações de longa distância mais baratas pela internet e prometia ganhos de mais de 200% ao ano para quem publicasse anúncios e trouxesse novos clientes. As investigações nos EUA apontaram que menos de 1% do que a empresa recebia vinha dos produtos de telefonia e que a empresa é um esquema de pirâmide financeira disfarçada, tipo de esquema depende do recrutamento progressivo de outras pessoas, que pagam taxas para os antigos associados. No caso, não é levada em conta a real geração de vendas de produtos ou serviços.

De acordo com o advogado, nenhum prejuízo havia sido relatado pelos divulgadores até uma decisão da juíza do Acre, em junho de 2013, que bloqueou os bens da empresa. Desde então, a Telexfree está impedida de fazer pagamentos aos seus divulgadores, bem como de cadastrar novos participantes. “A acusação seria de pirâmide contra a economia popular, mas o único prejuízo que teve a economia popular veio da ação da juíza do Acre. A partir do momento do bloqueio, da suspensão dos negócios do Brasil, as pessoas começaram a se sentir lesadas. Até então não tinha nenhum tipo de acusação nem demanda contra a empresa. Antes,  ninguém reclamava” , disse Kakay.

Ainda de acordo com o advogado, a empresa está “absolutamente regular” e continua funcionando para resolver pendências administrativas. “Essa informação de que a empresa estaria descumprindo a ordem judicial e trabalhando é falsa. Ela não está funcionando no seu objetivo principal, e nem conseguiria. Agora é claro que ela tem que ter uma estrutura administrativa para cuidar de uma série de pendências que existem, por exemplo o pedido de refração judicial e a perícia que está sendo organizada”, disse.

 

Fonte:G1

 

Marcos Neris

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