Avião da Gol faz pouso imprevisto após problema com combustível

Avião da Gol faz pouso imprevisto após problema com combustível

O voo 1520 da Gol, que saiu de Guarulhos (SP) rumo a Fortaleza na manhã desta terça-feira (1º), sem escalas, teve que fazer uma parada não programada no aeroporto de Salvador devido a problemas de combustível. Após reabastecimento, a aeronave pousou no destino final às 12h56, com quase duas horas de atraso em relação ao horário previsto para a chegada.

A Gol negou que o avião tenha ficado sem combustível e disse que fará uma investigação interna.

A empresa afirmou ainda que houve apenas o “cumprimento dos requisitos técnicos estabelecidos” com o desvio de rota. Uma nota enviada pela companhia diz: “o comandante desta aeronave, ao verificar os parâmetros de voo no ponto de referência, optou por seguir para o aeroporto de Salvador, respeitando todos os padrões de segurança e as regras aplicadas no planejamento.”

Segundo Francisca das Neves, passageira do voo, o piloto não explicou o que causou o imprevisto.

“Chegando perto de Salvador, ele comunicou que faria uma parada para reabastecer”, disse.

Uma fonte com conhecimento do ocorrido e que pediu para não ter sua identidade revelada declarou ao UOL que fatores como ventos fortes contra a aeronave e variações de temperatura e altitude podem fazer com que um avião gaste mais combustível, mas que não estava claro o que aconteceu no caso do voo 1520.

O vice-presidente de Operações da Gol, Sérgio Quito, disse que a empresa vai fazer uma investigação interna sobre o que tornou necessário o reabastecimento. Segundo ele, a influência dos ventos e da temperatura, além de possíveis restrições no momento da subida da aeronave, estão entre as possíveis causas.

“Não houve anormalidade”, disse Quito. “A investigação é muito mais para a melhoria interna dos processos.”

Combustível “abaixo do previsto”

UOL teve acesso ao áudio do momento em que o piloto do voo 1520 comunica a controladores de tráfego aéreo que vai precisar pousar na capital baiana. Segundo o comandante, cujo nome não aparece no trecho gravado, o avião está “abaixo do ponto de combustível para prosseguir”.

“Antes do ponto de reclearance, estamos com combustível abaixo do previsto para continuar”, diz o piloto.

Segundo regras da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), um avião como os usados em voos comerciais só pode decolar se tiver combustível suficiente para: chegar ao local de destino e voar por mais 10% do tempo previsto para a viagem; pousar no aeroporto alternativo mais distante citado no plano de voo e voar mais 30 minutos sobre o aeroporto alternativo, em condições de temperatura padrão e a 1.500 pés de altura (457,2 metros).

No entanto, a Anac permite que companhias aéreas voem com menos combustível caso indiquem um ponto ao longo da rota onde é feito o procedimento de “redespacho”, ou “reclearance” –termo usado pelo comandante do voo 1520– onde o piloto deve reavaliar uma série de parâmetros de voo. Elas também devem indicar um aeroporto intermediário “onde o avião deverá pousar em caso de necessidade” e um aeroporto alternativo ao intermediário.

Marcos Neris

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