Indonésia adia execução de filipina condenada à morte por tráfico
A execução de uma filipina condenada à morte por tráfico de drogas na Indonésia foi adiada na última hora, depois que uma de suas recrutadoras se entregou à polícia nasFilipinas, afirmou o porta-voz da promotoria na quarta-feira (29, horário local).
“Mary Jane foi chamada para depor”, acrescentou, segundo a agência Reuters.
Mary Jane era uma dos nove traficantes condenados à morte por fuzilamento pelas autoridades da Indonésia. O país possui penas severas para crimes relacionados a drogas e voltou com as execuções em 2013 após uma pausa de cinco anos. Entre as nove pessoas condenadas à morte estava o brasileiro Rodrigo Gularte.
Prisão
Mary Jane Veloso tem 30 anos e é mãe de dois meninos, de seis e doze anos. Ela foi presa no aeroporto de Jacarta em abril de 2010, com 2.5 kg de heroína, e afirma que foi enganada por uma mulher que havia prometido um emprego como doméstica e escondeu drogas em sua bagagem. Seu mais recente pedido de revisão de julgamento foi rejeitado na segunda (27).
A mulher que se entregou às autoridades filipinas seria Maria Kristina Sergio, que teria confessado ser a responsável pela viagem de Veloso à Indonésia.
Em uma entrevista ao jornal “The New York Times”, a irmã mais velha de Mary Jane, Marites Laurente, disse que a família vivia em situação de extrema pobreza nas Filipinas, e que por isso a irmã aceitou uma proposta para trabalhar como doméstica na Malásia. Ao chegar lá, foi informada que a vaga não existia mais, mas que poderia conseguir um trabalho semelhante na Indonésia.
Laurente diz que a recrutadora a levou então para comprar novas roupas e entregou a ela uma mala que Mary Jane considerou pesada, embora estivesse vazia. Ao chegar ao aeroporto de Jacarta, porém, as autoridades encontraram a heroína escondida no forro da mala.
A família de Mary Jane contesta o julgamento no qual ela foi condenada à morte, em dezembro de 2010, alegando que ela não conhece o idioma local e fala poucas palavras em inglês, o que a deixou totalmente incapaz de se defender. O advogado designado para sua defesa também não falava inglês muito bem e os dois mal conseguiam se comunicar, diz Laurente.
Fonte:G1