Economia:Grupo Gonçalves inova em economia com importação de produtos, em RO

Economia:Grupo Gonçalves inova em economia com importação de produtos, em RO

Mais de 350 mil pessoas são beneficiadas com a panificação do Grupo Gonçalves, única fábrica com produção de pães em larga escala na Região Norte. Mensalmente, 60 toneladas de pão são enviadas a mais de 10 lojas nos Estados de Rondônia e Acre. Entre as 10 maiores empresas da região, o investimento foi de R$ 55 milhões para colocar a casa em ordem e conseguir ser referencial de organização. A empresa também fornece derivados da panificação, como a confeitaria, além de refeições e hortifruti.

A fábrica foi inaugurada há quase três anos e nos últimos seis meses passou por mudanças na equipe, melhorias na edificação e investimento de equipamentos. Com os custos reduzidos em até 50%, o trabalho de reinvestimento permitiu treinamento com engenheiros, técnicos e padeiros. Optando pela economia, o grupo diminuiu pela metade a quantidade do efetivo e conta com 300 funcionários trabalhando de 7h às 22h, em dois turnos. Segundo a gerência, todos os funcionários que trabalhavam nas lojas e foram para a fábrica, iniciaram o trabalho como auxiliares de produção e foram promovidos a padeiros – chefe de mesa.

 

 

Em uma estrutura de 16 mil metros quadrados, a indústria é dividia em três setores: Panificação, com produção de salgados fritos e confeitaria, fatiados, com frios e processados, e a produção de comida pronta, além do centro de distribuição. A fábrica foi projetada para seguimento contínuo, para evitar contaminações. Aonde há a matéria-prima, não se mistura com produto acabado.

O grupo está entre os 10 maiores da região, com um atacado em Ji-Paraná, um supermercado em Buritis, Ariquemes, Rio Branco (AC), o centro de distribuição e seis lojas em Porto Velho, com cerca de 150 mil clientes, e mais de 250 mil no interior do estado e no Acre.

“Era um desafio, investidos 55 milhões, não tínhamos mão de obra qualificada no estado para a indústria. Os funcionários foram treinados e qualificados. Aguentamos a rotatividade para estabilizar a produção. Foi um desafio grande para colocar a casa em ordem”, explicou o diretor e administrador Júnior Gonçalves.

Os pães são produzidos em larga escala, cerca de 60 toneladas por mês (Foto: Andreia Gonzales/G1)Os pães são produzidos em larga escala, cerca de 60 toneladas por mês (Foto: Andreia Gonzalez/G1)

São 1,5 mil quilos de cueca virada, massa folhada, pastéis, salgadinhos, pão de queijo e chipa produzidos diariamente, além de serem fornecidos também em massa pré-cozida. Já a massa do pão francês, carro chefe da panificação, é produzida em larga escala, cerca de 60 toneladas por mês, onde importam-se com a qualidade de um pão que deve ter a textura fina, crocante, craquelada e uma pestana bem cortada, conforme Gonçalves explicou e acrescentou que o mesmo processo é realizado com os pães de leite, forma e derivados.

As massas seguem para a câmara de fermentação que acelera o processo, controla a umidade e a temperatura. Júnior Gonçalves explicou que a fermentação é um processo vivo e precisa estar em um ambiente mais quente, necessário para a produção e, um pão que cresceria em três horas, na fábrica demora apenas 1h30 na máquina.

Hoje em Rondônia, as empresas importam o pão do sudeste, com 12 dias de validade, que chegam ao estado faltando quatro dias para o vencimento e com o valor mais caro. “É uma lacuna aberta para nós preenchermos”. Assam-se todos os salgados e pães e checa-se a qualidade dos produtos, para em seguida serem embalados e enviados para as áreas de congelados e distribuição, onde os caminhões já estão posicionados.

Com trabalho artesanal, os recheios são preparados na fábrica e aproximam ao máximo do sabor caseiro (Foto: Andreia Gonzales/G1)Com trabalho artesanal, os recheios são preparados na fábrica e aproximam ao máximo do sabor caseiro (Foto: Andreia Gonzalez/G1)

Outro carro chefe da Granopan é a torta de morango, que recebeu um novo processo de congelamento, para manter as propriedades e poder ser enviada para qualquer lugar do Brasil durante seis meses. No local de destino, o comprador só precisa deixar a torta descongelar e servir.

Para cada ambiente é permitido um equipamento de proteção adequado de acordo com a temperatura, e cada funcionário fica em seu setor. Não sendo permitido transitar pela indústria, diminuem-se os riscos dos trabalhadores ficarem doentes pela mudança de temperatura e de contaminação dos alimentos.

Investimento
A empresa ainda recebe técnicos de qualidade que testam a tecnologia para aprimorar os produtos e todo o controle é feito dentro da fábrica. Área de testes de produtos e implantação de novas receitas estão entre os ambientes. “Nós optamos por uma fábrica que mescle a tecnologia com o caseiro, mas já existem equipamentos que fazem todo o serviço, desde produzir a massa à embalagem”, diz Gonçalves.

Atmosfera modificada, injeta gás que conserva o produto e não deixa grudar, como o queijo em fatias (Foto: Andreia Gonzales/G1)Atmosfera modificada, injeta gás que conserva o
produto e não deixa grudar, como o queijo em fatias
(Foto: Andreia Gonzalez/G1)

Entre os equipamentos que facilitam o trabalho, estão as masseiras vasculantes, a termoformadora, que é a máquina mais cara e foi a primeira a ser adquirida no Brasil, pelo valor de 1,8 milhões, que trabalha com atmosfera modificada, injetando um gás que conserva o produto e não deixa grudar, como o queijo em fatias, presuntos, calabresa, pizza, carne fracionados com peso e quantidade correta, é feito a forma da embalagem termoformada, e o único processo manual é o de colocar o produto e depois retirá-lo, além do processamento à vácuo.

“Como o maior investimento único, o cliente não tem trabalho com queijo em casa”. É injetada uma dosagem de ozônio, onde recebe uma mistura de gases que modifica a atmosfera interna e não deixa proliferar bactérias, mantendo o produto esterilizado e não permitindo uma rápida degeneração”, explica Gonçalves.

Já no trabalho artesanal, todos os recheios são preparados na fábrica, para aproximar ao máximo do verdadeiro sabor daquilo que é produzido em casa, e é colocado o mínimo de produtos químicos, para manter maior qualidade.

O desafio dos proprietários é com o funcionamento durante 24 horas. Hoje existe apenas dois turnos de trabalho, e com o escoamento da produção para todo o estado, e possibilidades de clientes em países vizinhos, são visualizados mais dois turnos de trabalho com 600 postos preenchidos de funcionários.

Produtos são armazenados em uma câmara resfriada (Foto: Andreia Gonzales/G1)Produtos são armazenados em uma câmara
resfriada (Foto: Andreia Gonzalez/G1)

Indústria e Centro de Distribuição
Junto a Granopan, o grupo construiu o Centro de Distribuição dos supermercados. Com comida e hortifruti, também inovam com a seleção e processo de armazenagem. Nenhum produto entra na indústria se não estiver lavado. Muitos produtos vem de outros estados, como as frutas, verduras e legumes, mas os produtores locais também são valorizados e todo os produtos são armazenados em uma câmara resfriada.

A fábrica possui mais duas indústrias: com produtos selecionados, embalados e saladas prontas; e a cozinha, que produz comida para dois mil funcionários, e para mais de 160 mil clientes, além de fornecer alimento pronto para empresas.

Outra inovação do grupo é o frango pré-assado, que a fábrica produz cerca de uma tonelada por dia e envia para o consumo das lojas. É o primeiro frango que será enviado pré-assado para venda nos supermercados e ficará pronto em 50 minutos nas residências. O processamento começa com a passagem do frango pelo ultracongelador, que depois é enviado às lojas, e recebe a finalização e regeneração com uma coloração, e é vendido no padrão suculento, preparado. “Nosso desafio era diminuir a perda de líquido, para que não secasse o frango. A intenção é vender para o país todo e países vizinhos, como Bolívia e Peru”, afirmou o diretor.

Família
As loucuras de um empresário de sucesso, que é o meu pai, possibilitou a realização de tantos sonhos aos filhos e esposa. O cabeça da Granopan, presidente do grupo, José Gonçalves, que não exitou ao colocar os três filhos e a esposa para administrarem o negócio da família. “Meu pai na gestão, e nós fomos nomeados diretores. O Sérgio cuida dos novos projetos, com pesquisa de mercado, elaboração com engenheiros e plano de negócio, o Fábio trabalha na área de comercial, e eu dirijo a indústria e cuido do marketing”, explicou Júnior.

José Gonçalves com sua esposa e os três filhos (Foto: Thiago Oliveira)José Gonçalves, Benedita Cândida e os três filhos (Foto: Thiago Oliveira)

“É muito harmonioso, sentamos pra debater, discordamos, mas quando entramos em concordância estamos melhores do que quando iniciamos a conversa. Meu pai conduz e é multidisciplinar, se falar com ele sobre caminhão ele sabe como desmontar uma peça de um trator. Se falar de refrigeração ele entende, tudo o que falar, meu pai tem um conhecimento empírico, e mais profundo que muito técnico. Ele tem um pique que não chegamos perto”. Seu José, uma enciclopédia ambulante, tem apenas o ensino fundamental e se formou na faculdade da vida. Hoje com 68 anos, continua viajando e avaliando todas as lojas.

A família inaugurou um empório no dia 7 de junho e oferece diversos produtos diferenciados, além de receitas aos consumidores da capital. Abrir uma loja foi uma festa para o pai, José, mas um processo industrial foi algo novo à família, que começaram do zero e em seis meses alcançaram eficiência.

Fonte: G1

Marcos Neris

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