Ranking de universidades de países emergentes só tem quatro brasileiras

Ranking de universidades de países emergentes só tem quatro brasileiras

O primeiro ranking mundial que avaliou as 100 melhores universidades de países emergentes tem apenas quatro instituições brasileiras, segundo os dados divulgados no fim da tarde desta quarta-feira (4). A Universidade de São Paulo (USP) é a instituição do país mais bem colocada, na 11ª colocação do Ranking Brics e Economias Emergentes 2014, divulgado pela revista britânica Times Higher Education (THE), com 41,1 pontos.

As demais brasileiras no ranking são a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na 24ª posição (34,7 pontos), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), empatada na 60ª colocação com duas instituições húngaras e uma de Taiwan (24,8 pontos), e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), que ficou no 87º lugar, com 20 pontos.

O ranking foi feito a partir de dados coletados pelo Projeto Global de Perfis Internacionais da Thomson Reuters em 22 países, entre integrantes do grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e outros países de economia emergente.

O Brasil é o sétimo país em número de instituições que figuram na lista, atrás de China, Taiwan, Índia, Turquia, África do Sul e Tailândia. Quatro nações acabaram sem participar da lista final, porque nenhuma de suas instituições ficou entre as 100 primeiras: Indonésia, Paquistão, Peru e Filipinas.

De acordo com Phil Baty, editor do ranking da Times Higher Education, a metodologia usada na análise é a mesma do ranking mundial, no qual a USP caiu da 159ª posição em 2012 para o grupo entre a 226ª e a 250ª colocação na edição divulgada em 2013. São 13 indicadores de desempenho que cobrem os cinco aspectos considerados pela revista como centrais para as universidades modernas: renda proveniente de pesquisa, ambiente de ensino, influência da pesquisa, volume de pesquisa e posição no cenário internacional.

Veja abaixo a lista das 20 melhores universidades de países emergentes:

RANKING THE – BRICS E ECONOMIAS EMERGENTES 2014
1º) Universidade Peking – China (65 pontos)
2º) Universidade Tsinghua – China (63,5 pontos)
3º) Universidade da Cidade do Cabo – África do Sul (50,5 pontos)
4º) Universidade Nacional de Taiwan – Taiwan (49,2 pontos)
5º) Universidade Boğaziçi – Turkey (44,3 pontos)
6º) Universidade de Ciência e Tecnologia da China – China (44 pontos)
7º) Universidade Técnica de Istanbul – Turquia (42,7 pontos)
8º) Universidade Fudan – China (42,3 pontos)
9º) Universidade Técnica do Oriente Médio – Turquia (41,5 pontos)
10º) Universidade Moscou Lomonosov – Rússia (41,4 pontos)
11º) Universidade de São Paulo – Brasil (41,1 pontos)
12º) Universidade Bilkent – Turquia (40,3 pontos)
13º) Universidade Panjab – Índia (40,2 pontos)
13º) Universidade Renmin da China – China (40,2 pontos)
15º) Universidade de Witwatersrand – África do Sul (39,8 pontos)
16º) Universidade Nacional Chiao Tung – Taiwan (39,6 pontos)
17º) Universidade dos Andes – Colômbia (39,2 pontos)
18º) Universidade Nanjing – China (38,9 pontos)
19º) Universidade Nacional Tsing Hua – Taiwan (38,6 pontos)
20º) Universidade Koç – Turquia (37,1 pontos)
24º) Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Brasil (34,7 pontos)
60º) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Brasil (24,8 pontos)
87º) Universidade Estadual Paulista (Unesp) – Brasil (20 pontos)
Fonte: Times Higher Education (veja o ranking completo)

China ‘à frente do jogo’
É por meio da internacionalização que Baty explica o predomínio de instituições da China no ranking divulgado nesta quarta –23 das 100 universidades da lista são chinesas, e quatro delas estão entre as dez melhores. A campeã, com 65 pontos, foi a Universidade Peking, localizada em Pequim.

“Sabemos que a China priorizou a construção de universidades de classe mundial, investindo em professores e infraestrutura, para sair de uma economia de manufatura para uma economia do conhecimento. Mas o predomínio [da China no ranking] nos pegou um pouco de surpresa, foi um grande sucesso”, disse ele ao G1.

 

Ele ressalta que a decisão do governo chinês de investir na internacionalização de suas universidades –um dos fatores-chave para que as instituições se destaquem em rankings mundiais– foi tomada muitos anos antes que outros países emergentes. “Foram dois grandes programas de investimento em educação [superior], que priorizaram, entre outros aspectos, a publicação de artigos em revistas de renome internacional. A China está à frente do jogo, porque começou a focar muito nisso muito antes [das demais].”

O desempenho do Brasil
No caso brasileiro, Baty opina que o programa Ciência sem Fronteiras, criado pelo Ministério da Educação para oferecer bolsa de estudos no exterior para estudantes de graduação e pós-graduação de áreas de exatas e biológicas, pode ajudar o país a fortalecer o aspecto de internacionalização das universidades e emplacar mais delas nos rankings nos próximos anos.

 

“O programa vai treinar a próxima geração de persquisadores brasileiros com as melhores práticas pelo mundo, abrançando o inglês. A internacionalização é importante”, afirmou o editor do ranking, explicando que, hoje em dia, “há muito material bom saindo do Brasil em algumas áreas”. Ele diz que o caminho que instituições como USP e Unicamp já estão trilhando pode levar à melhora do país nas avaliações internacionais.

Em nota, o reitor da USP, professor João Grandino Rodas, afirmou que, em comparação com universidades mais bem classificadas, a USP “tem sido uma exceção” por causa do seu tempo de existência, tamanho e número de alunos de graduação e de pós-graduação. “Significa que estamos superdimensionados para ser uma universidade de ponta”, disse ele. Na comparação específica sobre a China, ele lembrou os “vultosos investimentos governamentais na qualidade da educação em todos os níveis” no país asiático, que reflete não só nos rankings de ensino superior, mas nas avaliações da educação básica, como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês).

Rodas também mencionou o fato de a USP falar um idioma que não é internacional como uma das características “menos positivas” que “serão decisivas, em médio prazo, para a classificação da Universidade nos rankings internacionais”. Para tentar se manter em patamares altos nessas avaliações, o reitor citou uma série de iniciativas de internacionalização da USP, como o projeto USP Internacional, que inclui o aumento de parcerias de colaboração com instituições estrangeiras e a manutenção de núcleos internacionais da universidade em São Paulo, Boston, Londres e Cingapura, e um programa de bolsas de intercâmbio.

 

Fonte:G1

junior e marcos rogerio

Marcos Neris

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