Consultoria empresarial cresce no mercado

Consultoria empresarial cresce no mercado

Apesar de não ser recente, a consultoria empresarial tem atraído cada vez mais as atenções de profissionais das áreas de administração e economia e garantido um bom retorno financeiro. A atividade está em expansão no Brasil e, de acordo com o Instituto ISAE/ Fundação Getúlio Vargas (ISAE/FGV), em 2007 o mercado de consultoria cresceu 800%.

A área de consultoria ganhou destaque no País após o período de privatização de empresas públicas e a abertura de capital de empresas para o mercado internacional. “Essas situações propuseram um novo modelo dentro das empresas para que se modernizassem frente à nova realidade”, afirma o economista e professor da ISAE/FGV Rubens Mazzali. Ele também é um dos professores do curso de MBA em Consultoria Empresarial ofertado pela instituição.

De acordo com Mazzali, a necessidade de modernização fez as empresas ficarem atentas à nova realidade e organizarem melhor as finanças e estrutura corporativa. Quem optar por entrar no ramo de consultoria deve ir além do conhecimento acadêmico. Não basta ter formação técnica para atuar na área. “Só o curso não faz milagre. São necessários outros conhecimentos”, afirma Mazzali.
Perfil

Por não fazer parte do quadro de funcionários, o consultor deve adotar algumas medidas para criar um vínculo com a equipe de profissionais da empresa. “Os consultores podem enfrentar resistência por parte dos empresários e funcionários ao fazer o diagnóstico da empresa e propor um novo modelo financeiro e organizacional”, afirma o consultor.

Outro ponto apontado por Mazzali para o aprimoramento da atuação do consultor diz respeito à elaboração do contrato, que deve ser o mais transparente possível, apresentando as ações que podem ser feitas, além dos prazos e cronogramas para a execução das atividades.

A experiência e a bagagem profissional também contam muito para o sucesso do profissional. “Um profissional pode ser novo e ter know-how para atuar em consultoria”, afirma Mazzali. Saber trabalhar em equipe é uma das muitas habilidades que o consultor deve desenvolver. Conforme o consultor, como a atividade abrange vários setores de uma empresa, é interessante a atuação multiprofissional.
Problemas de caixa geram maior demanda

O interesse em atuar na área de consultoria empresarial foi o que impulsionou o jovem empresário Francisco Gatti a abrir uma empresa na área, em Londrina. Com pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele fez estágio em consultoria dentro da Globo Internacional, em Nova York. Quando retornou ao Brasil, aceitou o desafio de gerenciar a universidade que na época pertencia à família dele e depois surgiu a ideia de oferecer serviços de consultoria. “É um bom nicho de mercado”, afirma Gatti.

A empresa da qual ele é proprietário oferece consultoria nas áreas empresarial, marketing e recursos humanos. Grande parte dos clientes do empresário é composta por escritórios de advocacia que buscam soluções para colocarem as contas em dia. “A reestruturação financeira é o que mais gera a busca por consultoria”, afirma o empresário. Segundo Gatti, esse fato se dá por despreparo dos funcionários que ocupam cargos que exigem melhor qualificação e maior responsabilidade. “Isso é muito frequente em empresa familiar”, aponta.

O tempo de duração de uma consultoria pode variar de acordo com as metas estabelecidas pelos contratantes. O primeiro passo é fazer um diagnóstico da situação em que a empresa se encontra e oferecer ferramentas para o seu aprimoramento. E o acompanhamento das ações é feito pessoalmente pelo consultor nos primeiros dias de trabalho. “É uma atividade que necessita de muito feeling [intuição] e perspicácia para verificar o que pode ser mudado para melhorar a empresa”, afirma. “Não existe caso perdido, apenas casos mal planejados”, afirma Gatti.
Empresários resistem ao serviço

Embora a área de consultoria esteja em franca expansão, Francisco Gatti diz que em Londrina ainda existe grande resistência por parte do empresariado local em procurar esse tipo de serviço. “Muitos acreditam que pela estabilidade financeira e pela boa colocação da empresa no mercado não necessitam de consultoria empresarial”, afirma. Mas é em situações como essas que se pode explorar possibilidades de crescimento e de oferta de novos serviços ou produtos, diz Gatti.

A resistência em contratar um consultor, afirma ele, é fruto da própria rotina da empresa. O hábito de fazer sempre a mesma atividade cria certa comodidade em aceitar uma nova proposta de trabalho, atitude bastante comum em empresas gerenciadas por famílias. “Em empresas com esse perfil, as despesas familiares se misturam com o caixa da empresa.”
Gatti acredita que a profissão deve ser pautada na transparência e no profissionalismo. “O profissional deve ser o mais claro possível com o empresário que o contrata, dizendo a verdade sobre a situação da empresa e procurando soluções para os problemas.

 

Fonte:

Marcos Neris

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