Aulas ainda não foram normalizadas após conflitos em Rio Pardo, RO

Aulas ainda não foram normalizadas após conflitos em Rio Pardo, RO

Quase uma semana depois dos confrontos na região de Rio Pardo, distrito de Porto Velho distante cerca de 350 quilômetros, próximo a Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro, que resultaram na morte de um militar da Força Nacional, a segurança ainda é reforçada. Por causa dos conflitos, as aulas ainda não foram normalizadas nas escolas municipal e estadua.

A polícia permanece no distrito para manter a ordem. E nas escolas municipais, mesmo as aulas sendo retomadas na segunda-feira (18), poucos alunos compareceram e as salas estão praticamente vazias. Normalmente, cada sala tem cerca de 30 alunos, mas nesta semana apenas sete ou oito compareceram. Na escola estadual as aulas não foram retomadas e não há previsão para o retorno.

Para evitar que os alunos sejam prejudicados, algumas turmas foram misturadas. O problema é que esta não é a primeira vez que as crianças são prejudicadas durante este ano letivo. As pontes quebradas e as estradas precárias impedem a passagem dos ônibus de transporte escolar, além da falta de diesel para o abastecimento dos coletivos, segundo a professora Fátima Costa dos Santos. Quando as forças de segurança de Rondônia chegaram ao distrito com 140 policiais, os alunos estavam em sala de aula ficaram assustadas, conta a  professora.

“Desde quinta-feira (14), quando o reforço de segurança pública chegou na região, as crianças que estavam em sala de aula começaram a chorar, ficaram desesperadas com o que estava acontecendo. O helicóptero rodava muito baixo em cima da escola e isso causou um alvoroço. Nós tivemos que liberar os alunos e cada pai teve que vir buscar pessoalmente seu filho aqui na escola”, conta Marilda da Silva Barbosa, diretora da escola municipal.

 

As famílias reclamam. “Nossos filhos agora estão sem aula. O ano passado nós já tivemos um prejuízo grande porque a escola serviu como alojamento para quem havia sido retirado da reserva. Por esse motivo eles ficaram sem aula”, reclama a mãe de um aluno, Daiane Oliveira Soares.

Sem previsão para o retorno das aulas, alguns estudantes aproveitam o tempo livre para ajudar o pai, mas o que ele queria mesmo era estar na escola. “Já tem um mês que eu não estudo porque tinha acabado o óleo diesel e o ônibus não vinha mais e agora cortaram a ponte e ficamos sem acesso para a escola”, diz o aluno.

Entretanto, o problema na educação em Rio Pardo é muito antigo, anterior aos recentes conflitos. “Por causa do atraso de outras pessoas, pela falta de professores e outros eu acabei desistindo. Mas eu pretendo voltar a ir para a escola”, diz Glauber Soares de Souza.

 

Fonte:G1

 

 

Marcos Neris

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *