‘Fiz no impulso’, diz réu que matou detento em massacre, em RO

‘Fiz no impulso’, diz réu que matou detento em massacre, em RO

Jocta Rocha dos Santos, acusado do assassinato de quatro detentos na Casa de Detenção José Mário Alves, o Urso Branco, disse em depoimento no Tribunal do Júri, na manhã desta quarta-feira (12), que matou o detento Gerson Oliveira, conhecido como “Japão”, “no impulso”. O crime foi cometido dentro de uma cela, no segundo dia da rebelião no presídio, ocorrida em 2004. O julgamento do réu e de Alexandro José de Oliveira, apontados como responsáveis por quatro mortes no motim, está sendo realizado desde o início desta manhã. Os dois eram detentos no presídio na época do massacre.

“Nós tínhamos uma rixa e por motivos pessoais matei ele. Fiquei com medo que ele fizesse o mesmo comigo, fiz no impulso e até me arrependo”, confessou Jocta. O réu disse que utilizou um chucho – arma artesanal – para perfurar o pescoço de “Japão”.

 

O ex-diretor do Urso Branco, Luiz Pereira Rodrigues, disse que presenciou Jocta matar um dos presos durante a rebelião em cima da caixa d’água da penitenciária. O réu, no entanto, negou que estava no local e somente confessou ter matado “Japão” dentro de uma cela. “Acredito que pegaram o corpo dele e levaram para a caixa d’água para reivindicar com as autoridades, mas eu não estava lá”, afirmou Jocta Rocha.

Pereira foi a única testemunha ouvida na manhã desta quarta, já que a outra pessoa que havia sido convocada não compareceu. Também não está presente na sessão o segundo réu, Alexandro José de Oliveira, acusado dos mesmos assassinatos. Segundo o promotor Ademir José de Sá, o réu está foragido da Justiça e, como está ausente, terá o caso julgado à revelia.

O julgamento terá continuidade nesta tarde, quando começam os debates entre acusação e defesa. Depois os jurados vão se reunir para a votação secreta e, posteriormente, será proferida a sentença. A previsão é que tudo seja concluído até o final da tarde.

Segundo o TJ-RO, o processo envolve 37 detentos, mas apenas 14 foram pronunciados. Em 2013, nove acusados foram julgados, seis condenados por participação no massacre e três absolvidos. Nessa terça (11), outros três envolvidos foram absolvidos por falta de provas.

 

O massacre
A rebelião na casa de detenção durou quatro dias e resultou na morte de 12 presos. Em abril de 2009, o Judiciário recebeu a denúncia do Ministério Público de Rondônia (MP-RO) para, então, dar início ao processo de instrução criminal. Todos os réus eram detentos do Urso Branco na ocasião em que o massacre aconteceu.

De acordo com o MP-RO, os homicídios ocorreram com base em uma lista organizada pelos líderes do motim. Dentre as exigências, os rebelados reivindicavam mudança na direção do presídio, transferência de presos e melhores condições na unidade.

 

Fonte:G1

Marcos Neris

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