EMPRESA PLANTA CAPIM DE BOI E PREFEITURA PAGA COMO GRAMA

EMPRESA PLANTA CAPIM DE BOI E PREFEITURA PAGA COMO GRAMA

Complica-se a situação do ex-prefeito de Rolim de Moura, Tião Serraia (PMDB), e seu ex-secretário municipal de Saúde, o vereador Roberto Diniz (PMDB), após a descoberta de vários pagamentos à empresa Coenco por serviços não realizados na obra da Estação de Tratamento de Esgoto. As fortes suspeitas dos desvios de recursos do convênio com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) chegam a mais de R$ 1 milhão. A promotora Cláudia Machado dos Santos Gonçalves transformou a denúncia protocolada no Ministério Público em objeto de investigação. Nos próximos dias, ela determina a busca de documentos e depoimentos de envolvidos. Caso o MP comprove as denúncias, o ex-prefeito e seus ex-assessores poderão responder na Justiça por ações cíveis por dano grave ao patrimônio público e ações penais.

O levantamento realizado pela atual gestão da Prefeitura de Rolim de Moura mostrou que não será difícil o Ministério Público descobrir o valor real dos desvios e para quem o dinheiro foi entregue. Uma testemunha chave já relatou a Câmara de Vereadores que assessores do ex-prefeito mandaram imprimir 10 exemplares de um determinado jornal apenas para justificar a publicação de um edital de licitação. Através de esforços políticos da bancada rondoniense, a Funasa liberou R$ 15 milhões para construção de redes de coleta e piscinas de tratamento de esgoto de Rolim de Moura. A obra contempla hoje cerca de 500 residências.

O caso mais grave apontado pela auditoria é o plantio de grama esmeralda na estação de tratamento. A Coenco diz ter comprado o primeiro lote por R$ 159.735,92, incluindo o transporte e o preparo do terreno para o plantio. Em uma segunda etapa, a empresa apresentou nota da compra de outros 18.924,40 metros quadrados da mesma grama esmeralda. Incluindo o transporte e novamente o preparo do terreno para o plantio, o custo chegou a R$ 473.337,03. Ou seja, a grama esmerada saiu por R$ 25,00 o metro quadrado.

Uma visita no local da estação de tratamento fica fácil perceber a forma como foi feita a manobra. Não existem 18 mil metros de grama plantada. Além de superfaturada – em Rolim de Moura o metro quadrado da grama custa R$ 5,00 – plantaram braquiara ao redor da piscina de tratamento. Braquiara é o mato predileto dos bovinos.

 

Os 11 vereadores de Rolim de Moura já tem conhecimento das suspeitas de desvio de recursos do convênio da Funasa para construção do esgoto sanitário e da estação de tratamento na gestão do ex-prefeito Tião Serraia. O presidente da Câmara, Jairo Bennetti (PSD), e o colega Cícero Sérgio Lopes (PSD), o Sequesabe, receberam da atual gestão o relatório da auditoria. Mas a maioria dos vereadores não quer nem saber de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a suspeita dos ilícitos da administração anterior. “É melhor aguardar o Ministério Público”, disse um deles. Na verdade, eles estão constrangidos por causa do vice-presidente da Câmara, Roberto Diniz (PMDB), que foi secretário de Tião Serraia e assinou o recebimento das obras, sem ao menos conferir o que estava autorizando a pagar.

Empresa cobra por 15.000/hs de transporte
Outro caso que chama atenção no levantamento da auditoria da prefeitura é o pagamento de 15 mil horas de transporte de carros pipa para encher a lagoa de tratamento. O rio fica a uma distância de menos de 100 metros da piscina especial, mas a Coenco apresentou nota cobrando o transporte. O curioso é que o serviço foi feita em 625 dias e os caminhões trabalharam por 24 horas. “Eu vi a empresa enchendo a lagoa com bombas puxando água do rio que fica bem próximo da estação”, explicou outra testemunha que também será ouvida pelo Ministério Público. Pelas 15 mil horas, o ex-prefeito Tião Serraia mandou pagar com aval do ex-secretário de Saúde, Roberto Diniz, o valor de R$ 327.405,00.

Se o Ministério Público somar os pagamentos da grama superfaturada e substituída por braquiara e o transporte de caminhões pipa, já há uma soma de R$ 960.477,95 de quitações suspeitas na gestão do ex-prefeito Tião Serraia. O levantamento também apontou outros serviços suspeitos, que só um trabalho de engenharia e avaliação técnica é que poderá se comprovar os desvios. Por exemplo, foram pagas várias medições de pisos rústicos em concreto de 7 centímetros em valores de R$ 6.834,36 e R$ 159.450,98 que não existem na estação de tratamento. Outra suspeita é sobre a compra de tubos PVC em quantidade assentada diferente da quantidade adquirida. Outra nota no valor de R$ 69.477,48.

Vereadores não querem abrir CPI contra Serraia

Os 11 vereadores de Rolim de Moura já tem conhecimento das suspeitas de desvio de recursos do convênio da Funasa para construção do esgoto sanitário e da estação de tratamento na gestão do ex-prefeito Tião Serraia. O presidente da Câmara, Jairo Bennetti (PSD), e o colega Cícero Sérgio Lopes (PSD), o Sequesabe, receberam da atual gestão o relatório da auditoria. Mas a maioria dos vereadores não quer nem saber de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a suspeita dos ilícitos da administração anterior. “É melhor aguardar o Ministério Público”, disse um deles. Na verdade, eles estão constrangidos por causa do vice-presidente da Câmara, Roberto Diniz (PMDB), que foi secretário de Tião Serraia e assinou o recebimento das obras, sem ao menos conferir o que estava autorizando a pagar.

 

 

 

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Fonte;Rondônia agora

Marcos Neris

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