Janaína Américo, o marido dela, Marcos Nogueira, e os filhos do casal de 1 e 4 anos de idade foram encontrados mortos e esquartejados em um chalé na cidade espanhola, em 18 de setembro do ano passado.
As urnas com as cinzas da família chegaram em João Pessoa na terça-feira (10), quase quatro meses após os quatro corpos terem sido encontrados, mas só foram liberadas para a família na manhã de quarta-feira (11).
Segundo Jaqueline Campos Nogueira, irmã de Marcos e tia do jovem que confessou o crime, Patrick Gouveia, “a mãe de Patrick está sendo alvo de muitas críticas injustas”.
“Minha irmã está sofrendo hoje pela morte do irmão e pelo seu filho que foi preso. Ela criou três filhos, todos com a mesma educação. Nem ela nem o marido tiveram intervenção na ida de Patrick [para a Espanha]”, defende.
George Américo, irmão de Janaína, disse que o velório marca uma página que a família precisa virar. “É o fechamento de um ciclo e abertura de um próximo”, avalia, fazendo menção ao processo dos dois suspeitos de envolvimento com o crime.
Já a irmã de Marcos, Jaqueline Campos Nogueira, avalia que “a ficha só caiu” com a chegada das cinzas no Brasil. “Confesso que está sendo o momento mais difícil. Enquanto estavam lá na Espanha, vivíamos como se fosse um pesadelo”, explica.
Na noite de quarta-feira (11), a família participou de uma missa na igreja São Gonçalo, no bairro da Torre, em João Pessoa.
Momento de dor
“Esse momento é de muita dor, de muita tristeza pra gente. A gente não esperava que na nossa família sucedesse uma coisa tão terrível. Eles foram inteiros e estão voltando as cinzas”, disse emocionado Walfran, ainda no aeroporto onde pousou o avião que transportou as cinzas. “Uma coisa dessa destruir uma família inteira, não é fácil não”, disse a irmã de Marcos, Ana Nogueira.
Já o irmão de Janaína, George Américo, desabafou que é difícil para a família acompanhar o andamento da investigação na Espanha, especialmente por conta da língua e dos termos locais. Para eles, a dor só vai ser amenizada “quando a justiça na Espanha for feita”.
Questionados sobre como estão lidando com a perda, George diz que a religião tem ajudado muito a manter a esperança. “A vida de todos nós está acabada, mas vamos tentar retomar agora”, disse.