Estudante de Cerejeiras desaparecida é encontrada, ela está presa na Turquia

Estudante de Cerejeiras desaparecida é encontrada, ela está presa na Turquia

A estudante de medicina, Cristhielen Kruger Pomin, moradora de Cerejeiras, foi localizada no último sábado, 22 de fevereiro. O consulado brasileiro na Turquia entrou em contato com sua mãe, a comerciante Elisabeth Kruger, informando que sua filha estaria em Istambul, na Turquia.

O VILHENA NOTÍCIAS entrou em contato com Elisabeth que disse não ter maiores informações de quais condições que sua filha estaria naquele país. Apenas de que ela estaria na capital Istambul. Elisabeth chegou a ir à Bolívia, onde sua filha estudava para tentar acha-lá, porém não obteve sucesso.

Outros parentes da Cristhielen disseram ao VILHENA NOTÍCIAS que a moça de 26 anos, estaria detida na Turquia desde 03 de fevereiro, quando foi pega ao entrar no país portando entorpecentes.

De acordo com as informações Cristhielen decolou do aeroporto de Guarulhos em São Paulo com destino a Istambul às 4h26 do dia 02 de fevereiro. Ela estava desaparecida desde o dia 30 de janeiro, quando foi vista pela última vez.

Informações não confirmadas revelam que a moça de Cerejeiras teria viajado acompanhada de um rapaz, que ainda não teve sua identidade divulgada.

Cristhielen está incomunicável e a família, por enquanto, só tem notícias dela através do consulado. De acordo com a mãe o consulado enviará maiores informações e dados oficialmente, por e-mail ainda nesta segunda-feira, 24 de fevereiro.

DIVERSOS BRASILEIROS PASSAM PELO MESMO DRAMA*

O metalúrgico paulista Rubens Souza (nome fictício) tinha 22 anos quando vislumbrou uma forma de ganhar dinheiro fácil e, de quebra, viajar sem pagar. Bastava engolir 1 kg de cocaína, ir até a Turquia e “descarregar”. Em troca, receberia R$ 8.000, passagens e roupas.

O rapaz da zona leste de São Paulo preenchia os requisitos exigidos pelo traficante nigeriano apresentado por um amigo que já era “mula”: sem antecedentes criminais, jovem e de “boa aparência”.

Em 24 de setembro de 2009, o sonho de Souza desmoronou logo ao desembarcar no aeroporto internacional de Istambul.

Detido, foi revistado e levado a um hospital para fazer radiografia. Em dois dias já estava na Casa de Detenção de Maltepe -e só deve sair em 2018, aos 30 anos.

“As pessoas que trabalham com isso sabem escolher bem as vítimas”, escreveu Souza, em carta enviada à Folha de São Paulo da prisão, no início de janeiro. “Trabalham sobre o psicológico, convencem de que não há risco de ser preso e/ou de complicações de saúde. Compram roupas, sapatos, mala e, às vezes, antecipam parte do pagamento”, afirma.

“Muitos dizem que é “dinheiro fácil”, mas a palavra certa é “dinheiro rápido”, diz. O processo de ingestão das cápsulas exige muito da pessoa, afirma, pois são do tamanho do polegar de uma mulher. “Tem de passar dentro de um avião, no mínimo, 12 h sem poder usar o banheiro nem comer nada.”

Na cadeia, Souza foi colocado junto com o único brasileiro que já estava ali, em pavilhão com presos de Kosovo, Rússia e Romênia.

Desde então, a companhia tem aumentado: já são 46 brasileiros em prisões turcas, sendo 21 mulheres e três crianças nascidas no cárcere. Desse total, 25 foram presos nos últimos 18 meses, segundo o consulado do Brasil em Istambul. Todos por tráfico de cocaína. Só na unidade de Souza, são 17 brasileiros.

As penas para esse crime são duras na Turquia, variando de 10 a 15 anos de prisão, embora seja possível sair antes. Souza foi condenado a 12 anos e 6 meses, mas deve cumprir 8 anos e 4 meses.

ROTINA NA PRISÃO

Hoje o decano da prisão, ele acompanhou o sofrimento de cada brasileiro que chegava. “Muitos são pais. Alguns foram presos com a mulher grávida.”

A vida na prisão é difícil. Para comprar itens básicos, depende dos €100 enviados todo mês pelo pai, que é motorista em São Paulo.

“A água que sai da torneira é insalubre. Quem não tem condições de comprar água mineral sofre complicações intestinais, de epiderme, entre outras”, escreveu. Todo material de higiene tem de ser comprado pelo detento.

O contato com o exterior é restrito: só um telefonema semanal de dez minutos a um custo de R$ 13.

O pai reclama que a ligação é muito ruim. A última vez que os dois se falaram foi há dois meses. No seu modesto apartamento na zona sul, ele guarda uma pintura feita pelo filho e fotos feitas na prisão, em que ele aparece com a bandeira do Brasil ao lado de compatriotas.

“Na primeira carta, ele me pediu desculpas, disse que eu não tinha culpa nenhuma e que antes não imaginava o amor que tinha pela família.”

Segundo o rapaz, o maior desejo dos brasileiros é cumprir pena no Brasil, perto da família e pelas leis brasileiras. Souza diz que a situação só não é pior devido ao atendimento consular brasileiro.

Brasil e Turquia assinaram um acordo de extradição em outubro de 2011, mas não há prazo para a implementação. Segundo fontes diplomáticas, deve ser enviado em breve ao Congresso pela Presidência.

O Itamarati não sabe o número exato de estrangeiros presos na Turquia.

* – Com informações da FOLHA DE SÃO PAULO ON-LINE

Marcos Neris

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