A vida nunca foi fácil para Nazinha, 40 anos, catadora em Porto Velho que sonha ser aeromoça

A vida nunca foi fácil para Nazinha, 40 anos, catadora em Porto Velho que sonha ser aeromoça

No Dia Internacional da Mulher conheça um pouco da história de vida da catadora de materiais recicláveis Nazinha Ferreira Maciel, 40 anos, que mora na comunidade Vila Princesa, em Porto Velho.

Há pouco tempo na capital, Nazinha residia em Lábrea, no Amazonas e se mudou para Porto Velho para ficar mais próxima de sua mãe. “Eu passei muito tempo longe dela, chegou uma hora que não aguentei mais de tanta saudade e decidi vir mora aqui”, disse.

A adolescência de Nazinha foi marcada por muito trabalho pesado. “Eu trabalhava quebrando castanha e pescava para ajudar a levar o sustento para minha família. Hoje, se eu pudesse, faria o mesmo serviço, mas aqui na cidade não tem essa atividade então, o jeito é trabalhar catando materiais recicláveis”.

Atualmente, Nazinha está doente e sem poder trabalhar. Ela depende da ajuda do esposo, que trabalha em uma empresa privada. “Eu tive que me afastar do trabalho porque estou doente, mas pretendo retornar assim que finalizar meu tratamento”, contou.

Questionada sobre como é a vida de quem trabalha no lixão, Nazinha detalha o sofrimento. “É sofrido trabalhar no lixão porque ficamos expostos ao sol e a doenças. Durante esses quatro anos catando materiais recicláveis, eu já me furei com agulha e me cortei com vidro. Se eu pudesse, nunca mais eu trabalharia aqui porque eu nunca imaginei que um dia fosse trabalhar no lixão”, conta emocionada.

Durante o trabalho, Nazinha diz que aproveita não só os materiais recicláveis, mas também roupas, móveis e calçados em boas condições que ela encontra. ”A gente sempre encontra coisas que podem ser reaproveitadas”.

Com o brilho nos olhos e sorriso no rosto, Nazinha Ferreira diz que tinha o sonho de ser aeromoça. “Eu sempre achei as mulheres lindas com aqueles uniformes. Desde criança eu sempre tive o sonho de ser aeromoça, mas acho que está longe de ser realizado. Mesmo assim, eu continuo admirando e amando a profissão”, ressaltou.

Outro sonho é a casa própria. “Se Deus permitir e me der força, vou continuar trabalhando para ter minha casa”, espera.

No Dia Internacional da Mulher, a catadora de materiais recicláveis deixa uma mensagem. “Eu desejo que todos os sonhos delas sejam realizados. Com a nossa força e garra, nós mulheres vamos conseguir conquistar mais espaço do que já conseguimos perante a sociedade. Nesse dia especial eu desejo muitas felicidades e conquistas para todas as mulheres”, finalizou Nazinha Ferreira.

Marcos Neris

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *